Transtorno Bipolar
Chamamos de “fases” esses períodos de oscilação para um padrão diferente do habitual, e essas fases podem ser: de mania, de hipomania e de depressão.
Na mania observamos que o humor muda com relação ao habitual, ficando elevado (ou eufórico), expansivo ou irritável e existe nessa fase também um aumento anormal e persistente da energia ou da atividade dirigida a objetivos, ou seja, em geral se observa que a pessoa está mais agitada, inquieta, querendo fazer muitas coisas ao mesmo tempo, e sem se sentir cansada. Para ser considerada mania, esse quadro tem que persistir por ao menos uma semana, e vir acompanhado de pelo menos 3 outros sintomas (4 se o humor estiver irritável):
- Autoestima inflada ou grandiosidade;
- Redução da necessidade de sono (a pessoa se sente descansada com ou 4 horas de sono, por exemplo);
- Fala mais que o habitual ou tem pressão por falar;
- Apresenta fuga de ideias, ou tem a sensação subjetiva de que os pensamentos estão acelerados;
- Facilidade para se distrair (estímulos desviam a atenção muito facilmente);
- Aumento das atividades dirigidas a objetivos ou agitação psicomotora;
- Envolvimento em atividades com grande potencial para consequências negativas, como compras excessivas, indiscrições sexuais, grandes gastos financeiros sem sentido.
Para ser considerada mania, toda essa alteração tem que ser grave o suficiente para causar prejuízo no funcionamento social ou profissional ou para precisar de hospitalização, ou tem que existir sintomas psicóticos.
Já na hipomania existe também essa alteração clara e persistente do humor, e os sintomas que podem acompanhar o quadro são os mesmos, mas eles podem aparecer em menor quantidade ou intensidade, e o quadro pode durar menos tempo (no mínimo 4 dias).
Além disso, no transtorno bipolar o indivíduo pode ter fases depressivas também, com as mesmas características do quadro depressivo unipolar, e que podem ser muito graves.
O paciente bipolar pode se sentir extremamente bem quando está em mania, ficando eufórico, alegre, entusiasmado, e se sentindo muito poderoso ou importante, o que faz com que a pessoa em geral não ache que precise de nenhuma ajuda. Na maioria das vezes a família ou pessoas próximas que notam a mudança e procuram ajuda por conta de comportamentos impulsivos ou inadequados. A diminuição da necessidade de sono e a fala excessiva também são fatores que chamam a atenção de quem está ao redor.
Estima-se que a prevalência em 12 meses do transtorno bipolar tipo 1 (o tipo que apresenta fases de mania mesmo) esteja em torno de 0,6%, sendo que não há diferença entre gêneros.
Apesar do prejuízo intenso que o quadro pode gerar, é possível que o paciente tenha uma boa estabilidade e qualidade de vida com a instituição de um tratamento adequado.
Dra. Maria Antonia Simões Rego
Psiquiatra | CRM 135063
RQE 46406
Logo em 2009, iniciei a minha Residência Médica em Psiquiatria pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital da FMUSP, na qual permaneci até 2012.
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